a solidão da noite 
Verticalmente sombria 
A despedaçada boa vontade de amar sem amor 
Ao balanço da dor 
O tempo certo do incerto momento 
Uma palavra que se engole amarga 
No cerne imperceptível duma paixão 
Porque estando em êxtase o homem infeliz 
Na chama das palavras tudo pode explodir 
Num cais de esperas também se podem partir
A sorrir ou chorar indolente 
O sol sorri na praia 
De encontra o vento a onda desmaia 
Se alguém reclama em sussurro 
No vazio da voz que esbarra no muro 
Uma criança que chora não pensa 
Por tudo isso envolve uma crença 
Sinto nos poros da dor a saudade 
Não espero sentimentos de liberdade 
Voarei no voo da uma gaivota 
Devorando os ventos dessa rota 
Risco o mundo com lápis de carvão 
Deixo a esperança morrer no coração 
No meu desespero não vi a escuridão 
De pés descalços vagueio pelo chão 
Suporto a esta mágoa desfeita 
E na clareira uma flor se deleita 
Nos raios de sol onde o amor se deita 
Neste labirinto de palavras composto de silabas  
Estou sufocada de tanto alarido 
Agarro o cansaço que vive comigo 
Rasguei o caderno deitei fora o lápis 
Levanto as amarras e sigo viagem 
Para escrever mais falta-me a coragem 
Nesta miscelânea de palavras loucas 
Calaram-se as vozes fecharam-se as bocas 
Perdi a razão da minha memória 
Já não quero mais acabou-se a história. 
nina

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