12 de março de 2017

SOMBRAS QUE FALAM


Chegaste na calada da noite, trazias a mágoa da longa viagem.
Mesmo sabendo que nada do que deixaste para trás ias encontrar.
Ficou apenas o vazio das paredes, agora despidas das fotos que antes lhe davam alegria.
Parti com a esperança de um dia te encontrar, mas apenas encontrei
um velho livro amarelecido pelo tempo.
Tempo em que esteve fechado no baú das nossas memórias.
Pela face te escorriam lentas duas lágrimas as mesmas que trazias
quando vieste ao mundo…mundo que tudo o que te deu assim te tirou
porque nunca soubeste agarrar com as mãos… mãos que trazias sempre fechadas
onde nada entrou e nada saiu.
Estou longe porque não me podes ver, mas tão perto que te sigo
para todo o lado de mãos dadas ou na sombra!

Será esta a carta que nunca leste a mesma que um dia te escrevi.