31 de janeiro de 2017

A NOÇÃO DO MEU TAMANHO


Aos poucos eu vou sentindo
Um sentimento tão estranho
E sem querer vou medindo
A força do meu tamanho.

Aos poucos vou entendendo
As virtudes da saudade
E assim compreendendo
A minha realidade.

Este coração magoado
Tem a força da razão
Tem submissão tem pecado
Tem carinho e afeição.

Um poema inacabado
Traz a saudade de outrora
Tem meu verso declamado
Para mandar a dor embora.

Aos poucos vou destruindo
O meu castelo de areia
Vejo como vai sumindo
Com a força da maré cheia.

Maré cheia sei que vais
Destruir o meu castelo
E contigo vais levar 
Para longe o meu sonho belo.



3 de janeiro de 2017

Amor em cinzas



Um dia com a alma já cansada
Sentei-me à tua porta para te ver
Olhei há minha volta e não vi nada
Do tanto que eu levara para dizer


Adormeci no degrau da tua porta
O frio me regelava as entranhas
Acordei em sobressalto alucinante
Era o pregão do homem das castanhas


Caminhei para junto dele tiritando
E a chuva miudinha ia caindo
Pedi-lhe que me deixasse aquecer
Do frio que me ia consumindo

O vaso das castanhas ia ardendo
E ali também ardia a minha dor
Por momentos me esqueci porque ali estava
Só sei que em cinzas está o nosso amor

Será que alguém um dia vai pensar
O sabor que podem ter essas castanhas
Pois digo que ali fui para me livrar
Desse amor que eu carregava nas entranhas.